terça-feira, 9 de agosto de 2011

Jango, Legalidade e Posse


João Vicente Goulart/IPJG - Há cinqüenta anos o Brasil presenciava um dos maiores acontecimentos cívico de defesa da Constituição brasileira produzido pelo Estado do Rio Grande do Sul liderado pelo governador Leonel Brizola. Tratava-se da posse de Jango, constitucionalmente eleito e politicamente ameaçado pelos três ministros militares de Janio, Silvio Heck, Grunn Moss e Odílio Denys de não assumir a presidência da República como mandava a Constituição, pois se encontrava na China, convidado por Mao Tse Tung e Chow em Lai, no símbolo do comunismo internacional e, portanto deveria ser também comunista como pregavam estes três baluartes das forças armadas brasileiras. Nixon não foi tildado de comunista quando lá esteve dez anos depois abrindo mercado para os EUA, pelos militares daquele país. Mas Jango já não era confiável e não poderia assumir, assim pregavam os militares brasileiros defensores de nossa Constituição. Oito anos antes, quando outorgara 100% de aumento do salário mínimo aos trabalhadores brasileiros, como ministro do Trabalho do inesquecível Presidente Vargas, já havia sofrido uma espécie de “impeachment” no manifesto dos Coronéis, assinado por vários “revolucionários” que golpearam como generais a mesma Constituição em 1964.
 
Depois de muito heroísmo, de muita mobilização, de muita força e resistência do bravo povo do Rio Grande do Sul e do Governador Leonel Brizola, Jango consegue conciliar os ânimos da Nação e aceita a emenda adicional No. 4, há anos esquecida nas gavetas do Congresso Nacional e votada as pressas, instituindo o Parlamentarismo como solução política para a crise ora instituída no país. Jango, entre os dias 25 de agosto de 1961 e sete de setembro quando consegue viabilizar a sua posse, empreende uma viagem de retorno da Ásia, via Europa, EUA e via Pacífico para chegar ao Brasil por Porto Alegre e cumprir assim o dever que a Constituição lhe determinava; começando a sua ida para Brasília através do Estado do Rio Grande do Sul, junto ao seu povo, que lhe assegurou o direito constitucional através do Movimento da Legalidade liderado por Brizola, que marcou esta conquista como uma das páginas mais brilhantes da defesa constitucional do povo brasileiro. Diria Jango já naquela oportunidade do balcão do Palácio Piratini, mostrando seu caráter de conciliador e ojeriza ao derrame de sangue entre irmãos brasileiros: -“Que Deus me ilumine. Que o povo me ajude. E que as armas não falem”. Foi um grande capítulo de nossa história! Foi um grito de Liberdade a serviço da luta contra os opressores!

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