terça-feira, 5 de julho de 2011

“Brizola desenvolveu toda a sua genialidade política na Legalidade”

Em 1961, Carlos Bastos acompanhou a Legalidade como jornalista e como militante. Ele trabalhava na Última Hora, em Porto Alegre, e não arredou pé do Palácio Piratini durante todo o movimento. Ligado ao antigo PTB e posteriormente ao PDT — hoje, é um dos cinco nomes históricos do partido –, com mais de 55 anos de carreira jornalística, passou pelas principais emissoras de rádio e tevê e jornais da Capital. Foi secretário de Comunicação Social do governo Alceu Collares (PDT) e chefiou esse setor, posteriormente, também na Assembleia Legislativa. Atualmente, integra a comissão da Assembleia de organização do evento que marcará os 50 anos da Legalidade.
Ajudei na edição da Última Hora feita no próprio Palácio, mas quem editou foi Flávio Tavares. Eu estava acompanhando as coisas que estavam acontecendo. Por exemplo, no dramático pronunciamento do Brizola, o ponto culminante da Legalidade, às 11h do dia 28, segunda-feira, eu estava a dois metros na frente dele, no estúdio no porão. Brizola teve uma carreira de muitos anos de política, mas não fez nenhum pronunciamento do calibre daquele. Aquele é antológico; lendo, hoje, tu ficas impressionado. Ele fez de improviso, sem nenhuma anotação. Aliás, ele nunca falou lendo texto. Fiz poucas matérias, mas estava muito envolvido.
Tenho paixão clubística e fui chefe de esportes; tenho posição partidária (PDT) e fui editor e colunista político. Sempre tive o galardão de procurar ser jornalista isento, não misturar minhas paixões com minha atuação profissional. Na Legalidade, eu tenho que confessar, foi a única vez eu inverti a mão e fui mais militante do que jornalista. Lembro de episódios que hoje, 50 anos depois, me emocionam.

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